quinta-feira, 24 de julho de 2008

Os odeio...

Os odeio todos... com um ódio carnal de quem quer rasgar o outro. Canibal, os devoro todos de uma só vez, pois sois iguais. Iguarias são para poucas. Mas perdão! Falo com lábios de ódio, sei bem que sois diferentes em volúpia, carícias, cuidados, egoísmos, cada um com sua percentagem. Já os toquei com mãos delicadas de quem seduz, agressivas, de quem deseja, carinhosas, de quem acalenta. Também já fui tocada por muitas de suas mãos, conheço os seus aspectos mais imbecis, mais brutais, mais murchos. Sei bem, portanto, que os odeio todos! Não me toquem, não me olhem! Mas bem, o contrário do amor não é o ódio! E eu jamais poderia ser indiferente a essas mãos que em momentos me deliciaram, em outros me sugaram a vida, em outros me acalentaram! Como mulher, os amo e os odeio desde o primeiro toque de suas mãos, que me acalentaram quando ainda nem sonhava em querer ser rasgada por elas.

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