sexta-feira, 16 de maio de 2008

Meu primeiro amor...

Ele tinha pernas e braços robustos. Me deitava numa rede e fazia uma cabana com o lençol e seu dedo. Me seduzia com caçadas admiráveis, bichos fantásticos e feitos heróicos. Aqueles momentos jamais retornarão. Não era santo! Longe de ser um homem bom, dedicava boa parte de seu tempo aos copos de cerveja, aos cigarros e a moças desocupadas e ingênuas. Eu estava longe de ser a única de sua vida, mas era uma das principais, era especial. Aos poucos ele deixou de ser um herói e se tornou um homem, e aquelas moças, eu já não as suportava, assim como os copos de cerveja que nunca tinham fim. Como pude amar esse homem? Mas amei. Seu corpo hoje é mais esférico que robusto e daqueles feitos heróicos resta apenas algo de patético, mas os copos de cerveja, esses ainda são seus companheiros favoritos e a fumaça dos cigarros ainda o envolve. Quanto a mim, me resta descobrir o que havia naquelas moças que o roubavam da nossa cabana, para que eu possa um dia roubar o homem de outra.

Um comentário:

Lucinthya disse...

Clarissa!!! Não sabia que você escrevia tão bem! Nossa! Tive de vir aqui pra dizer que vou ficar te visitando, pra ler mais e mais teu blog!
Beijos,